Aqui disponibilizamos documentos que relatam a trajetória da Rede e compartilhamos relatos de experiência dos Grupos de Agroecologia que fazem ou fizeram parte da REGA.
O amplo Movimento Agroecológico nacional que ora se apresenta é oriundo de um
acúmulo de décadas de construção conjunta, originado nos Movimentos de Agricultura
Alternativa precedentes que, em contexto acadêmico, foram propulsionados em grande
medida por estudantes e alguns docentes da área das ciências agrárias que trouxeram à
tona reflexões e posições críticas ao modelo industrializador capitalista imposto para o
campo. Estudantes e coletivos organizados, dedicados ao estudo e à pesquisa de opções
para o campo, vêm há décadas fomentando e protagonizando o debate, a resistência e a
edificação da Agroecologia de forma autônoma em diversas instituições de ensino superior. O ENGA surge a partir da proposição de estudantes inseridos em executivas de curso, diretórios acadêmicos e Grupos de Agroecologia (GAs) 1 que percebiam a necessidade da constituição de um espaço que possibilitasse a integração e o intercâmbio entre pessoas, coletivos, movimentos sociais e outras organizações e atores, e propiciasse a formação de uma rede articulatória e de apoio-mútuo entre os mesmos.
O ENGA é um marco e constitui mais uma etapa na construção do Movimento Agroecológico nacional, enquanto encontro e fórum que visa propiciar a convergência e a articulação entre pessoas e grupos que atuam com e pela Agroecologia, em especial no âmbito acadêmico.
Sementário da Rede de Grupos de Agroecologia do Brasil (REGA)
Resumo
A Rede dos Grupos de Agroecologia do Brasil (REGA) foi criada em 2010. Desde então, passou por um processo de amadurecimento, que culminou na realização do I Sementário da REGA. Ocorrido no Rio de Janeiro, em Junho de 2013, este teve como objetivo criar diretrizes para a rede, contribuindo com a construção da sua identidade. Será relatada a experiência de organização desse encontro, sua realização e as principais discussões e deliberações. Esses aspectos refletem, de certo modo, a rede como um todo, que é fundamentada na construção participativa e igualitária por todos os envolvidos.
Construção do VI Encontro Nacional dos Grupos de Agroecologia
Resumo
O VI Encontro Nacional dos Grupos de Agroecologia (ENGA) ocorreu entre os dias 12 e 16 de Novembro de 2014 no município de São Carlos, SP. O encontro contou com cerca de 700 participantes formados majoritariamente por estudantes, agricultoras (es), oficineiros (as) e palestrantes que permaneceram acampados no local. O tema proposto para o VI encontro foi: “Sê-Mentes Livres, Re-Existencia”. Este tema foi debatido durante o encontro por meio de oficinas relacionadas às praticas e fundamentos da Agroecologia e da Permacultura, feira de troca de sementes, além de debates políticos e encaminhamentos de ações pertinentes à Rede de Grupos de Agroecologia do Brasil (REGA). A comissão organizadora se constituiu a partir do último ENGA e foi fruto da articulação entre diversos Grupos de Agroecologia paulistas e da Ecovila Tibá, formando assim um coletivo chamado Micorrizadas. Um dos maiores objetivos do VI ENGA foi buscar a coerência entre discurso e prática dentro da Agroecologia.
O processo de organização dos grupos de agroecologia no Brasil
Resumo
A Agroecologia teve crescente reconhecimento nos últimos anos, principalmente pelos movimentos sociais e pela Academia. Nas Universidades, a disputa do modelo de desenvolvimento adotado vem se dando por organizações compostas majoritariamente por estudantes: os Grupos de Agroecologia (GA’s). Na década de 1980, ocorreu a articulação nacional desses grupos, mas deixando de acontecer na década seguinte, ocorrendo apenas encontros regionais. A partir de 2005, foi reestabelecida a articulação entre os GA’s e organizações do movimento estudantil, aproximando diversas entidades na construção de
ferramentas e espaços de formação e articulação, como o Encontro Nacional de Grupos de Agroecologia (ENGA) e a Rede dos Grupos de Agroecologia do Brasil (REGA). Vários encontros marcaram a história da organização dos GA’s, apoiando os passos que visam o desenvolvimento e a consolidação da REGA, promovendo a convergência entre os GA’s para elaboração de pautas políticas que orientem suas ações.
A trajetória do movimento estudantil na construção da agroecologia
Resumo
O tema “agroecologia” tem merecido crescente reconhecimento nos últimos anos, tanto nos meios em que atuam os movimentos sociais, principalmente as Organizações Não-Governamentais (ONGs), como também mais recentemente no meio acadêmico, às vezes como proposta de “novo paradigma”, outras de forma equivocada como novo formato tecnológico de produção na agricultura.
Há muitos anos formam-se organizações, compostas majoritariamente por estudantes, hoje chamados de Grupos de Agroecologia (GA’s), em diversas Universidades do país. Em 2005, iniciou a articulação entre os grupos de agroecologia e organizações do Movimento Estudantil. Nesse processo se aproximaram diversas entidades agroecológicas na construção de ferramentas, como o Encontro Nacional de Grupos de Agroecologia (ENGA), e também outros espaços de formação e articulação de caráter nacional, com a pretensão de acumular na elaboração de uma plataforma política mínima que possa contribuir na convergência entre as diversas organizações que constroem a Agroecologia.
PEGADAS AGROECOLÓGICAS: HISTÓRIA E PRÁTICAS EDUCATIVAS DE GRUPOS DE AGROECOLOGIA
Os grupos agroecológicos são um fenômeno social com uma larga história de atuação na
Universidade Federal de Viçosa. Tais grupos originam-se em decorrência ao antagonismo de uma parcela do corpo discente perante os conteúdos e práticas disseminados pela instituição, direcionados ao paradigma técnico-científico modernizador e produtivista da agricultura, que desconsidera demandas sociais e ambientais. Através desta pesquisa, procuramos analisar as práticas educativas e metodológicas desenvolvidas nestes grupos no decorrer de seu processo histórico de constituição, caracterizando-os e identificando aportes destes grupos à sociedade e à formação pessoal e profissional dos estudantes. Para tanto, realizamos revisão de literatura sobre educação popular e agroecologia; pesquisa bibliográfica e documental em arquivos e documentos históricos destes grupos, bem como em trabalhos acadêmicos de seus participantes; observação participante e grupos focais junto aos grupos atualmente organizados na UFV; e entrevistas semiestruturadas e questionários com antigos e atuais membros dos grupos de agroecologia. Em suas quatro décadas de existência na UFV, os grupos de agroecologia trouxeram influências sobre a universidade e a sociedade por meio de suas práticas de ensino, pesquisa e extensão e da construção da agroecologia enquanto ciência, movimento e prática, contribuindo para a emergência de inovações metodológicas que avançam na superação de métodos universitários tradicionais para construção do conhecimento, bem como com o fortalecimento da rede do movimento agroecológico.
RESUMO
Esta dissertação apresenta um estudo de caso sobre o coletivo Escola da Mata Atlântica (EMA) e a Casa das Sementes Livres, experiência que conjuga ações em agroecologia e cultura livre desde 2007 em Aldeia Velha, distrito rural de Silva Jardim, município das Baixadas Litorâneas do Rio de Janeiro. A Casa das Sementes Livres é uma iniciativa da EMA, que desenvolve atividades em educação e cultura popular e funcionou como uma possibilidade de trabalho no campo para jovens de diferentes formações acadêmica, contribuindo para um processo de êxodo urbano. Este estudo investiga as percepções e motivações deste grupo em fundar a EMA e posteriormente em empreender a construção da Casa das Sementes Livres, concebida como um local para fazer o diálogo de saberes advindos da informática e da agricultura. Para isso, a pesquisa se concentra no histórico e nos pressupostos teóricos e práticos da iniciativa, que são oriundos tanto da área de cultura digital, quanto da agroecologia e suas lutas específicas pela disseminação de softwares livres e de sementes crioulas. O estudo de caso analisa a sinergia gerada entre os campos da agroecologia e da cultura livre no florescimento e na manutenção do projeto. Há especial interesse também na relação entre a Casa e a escola pública Vila Silva Jardim, terreno onde funciona sua sede e para onde a maior parte das suas atividades são direcionadas, envolvendo alunos, professores e merendeiras em prol de uma educação contextualizada. Procurando definir e caracterizar o magma cultural que possibilitou a formação da Casa e sua ligação com movimentos sociais e redes mais amplas de contestação do modelo econômico vigente, a pesquisa fixa a experiência dentro de um modelo de subalternia, conectada a questões de ordem local-global, como a mudança do paradigma da sociedade moderna industrial para modelos alternativos fundados na diversidade. Também são levadas em conta as complexidades internas e externas que vêm contribuindo para a formação da identidade do grupo, incluindo aí sua estrutura organizacional, a divisão do trabalho e os processos de tomada de decisão. Nesta perspectiva, a pesquisa demonstra as potencialidades e fragilidades da Casa de Sementes Livres, que procura fortalecer sua autonomia lidando com processos de permanente tensão entre as fontes de financiamento e a autogestão em um cenário de
poucas oportunidades de recursos para pequenos grupos, sobretudo na área da agroecologia e formado por jovens. Tais questões são demonstradas nas diferentes configurações sócio-políticas que o grupo atravessou, desde sua criação como projeto informal, passando pela sua institucionalização como associação cultural até os dias de hoje quando busca na definição de “coletivo” seu posicionamento crítico no mundo.
Palavras-chave: agroecologia, cultura livre, sementes livres, coletivos, autonomia
Biblioteca Virtual – UVAIA/UFRGS
https://drive.google.com/folderview?id=0B8kf_f1JuaAcfks4cEZhbE9CVGkzUXFyYmFOUW9VdDVwR0Jidkd0blVmX2dzSFYzSWNPOE0&usp=drive_web
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